segunda-feira, 24 de junho de 2013

Floco de neve.

Tenho desejos secretos, um deles é ter nas mãos um floco de neve. Floco de neve pode ser amigo, alguém que ouve confissões e não diz palavra, só derrete. Nunca peguei um floco de neve nas mãos, mas imagino que ele fique passivamente adormecendo nas mãos e derreta triste. Floco de neve ser assim mesmo, anjo derretido na mão.
Não quero fazer bonecos com ele, não merece. É mais que isso, é coisa de calor e vento. Uma troca de ideias e coisas. Eu e o floco. Ele não merece ser derretido em forma de boneco com um nariz de cenoura esquisito e idiota. Ele é mais que isso, bem mais.
Outro dia vi crianças que brincavam com uma bola murcha. Que graça! Crianças são assim e assadas. Assadas por um futuro que eles não sabem, e assim por brincarem com uma bola murcha, sem se dar conta do que vem por aí. Crianças brincam com bola murcha e são felizes, mas lá na frente, não serão felizes nem com bolas de ouro.
Quero pegar um floco de neve nas mãos e descobrir que um dia fui criança que brincava com uma bola murcha, sentindo a pureza de que pouco é preciso para viver.

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