sexta-feira, 10 de novembro de 2017

negroni.

um copo cheio de campari, vermute e gim, e nós dois caminhando nas ruas dos pensamentos, das mentes cheias de ideias, de loucuras... você colocou pra tocar "i put a spell on you", e ficou em pé dançando com o copo na mão. o vermelho do líquido no copo, tua calcinha, teus lábios... tudo vermelho, só era o que eu enxergava. a bateria marcava o passo, e a música rolava. te derrubei em cima de mim, e você derrubou a dose entre nós dois.

sábado, 12 de agosto de 2017

renato alves.

ao meu tio Renato Alves.
fui a casa de vovô para visita costumeira, e em conversa de vai e vem, saímos eu e meu tio renato. andar pelo bessa, indo até os limites de intermares. uma tarde boa. conversamos sobre todas as coisas, as nossas e as tantas do mundo. percebi nesse dia que sempre estivemos juntos, não sempre fisicamente, mas em pensamento sempre. nossas ideias, pensamentos sobre tudo... ele foi a pessoa que me apresentou os livros (na biblioteca que vovô tinha em casa), sempre me ensinou muito. e lembro de tantas. ele é mais que meu tio de sangue, é meu amigo. hoje somos vizinhos, e como sempre, dividimos muita coisa, por poemas, conversas, frases no portão e etc e tal.
te amo meu tio. receba do teu sobrinho, amor, admiração e muito mais.
foto: renato na divisa do bessa e intermares.

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

seus olhos

ela e seus olhos negros, grandes, vivos, lindos... tudo era pequeno para a vontade deles. a maioria das pessoas não olham pra nada. ela olhava pra tudo. e a vida parecia triste diante dos seus bonitos olhos.

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

conselhos

não gosto de conselhos, não dou nenhum, e muito menos quero receber. quando alguém vem dizendo: fumar faz mal, não beba, blá blá blá. vai se foder, deixa o outro viver em paz com a sua vida de merda. a vida é uma merda.

sábado, 29 de julho de 2017

amar.

a felicidade anda nos braços do amor, do gostar, dessa coisa de querer bem, dessa coisa que é amar.

quarta-feira, 26 de julho de 2017

noite fria.

nos encontramos a primeira vez numa noite fria, ela e eu e umas cervejas. vestia um macaquito, calçava sandálias, cheirava bom demais... conversamos, rimos de nós mesmos como dois peixes num aquário gigante. é tedioso contar tudo que aconteceu antes d'eu começar a bolinar, e ela dizer: isso é bom. e foi bom, muito bom.

sexta-feira, 7 de julho de 2017

vinte e duas horas



Pouco mais de vinte e duas horas, e ela dorme. Eu já de banho tomado, e sabendo dos dengos de minha nega, faço duas xícaras de café, que não é "da manhã", mas é cheio de manha.

Dois goles depois e me enrosco no meio dos lençóis e pernas, e paro na boca, e desço pro meio das pernas. A gente beija, é bom. Ela não diz nada, mas sei de quase tudo, café...

Trepamos duas vezes, e vamos dormir três.

domingo, 18 de junho de 2017

cadernos




 
 
dois cadernos
escritos na frente e no verso
de dois mile doze pra cá
mas sempre cabe mais.

sábado, 20 de maio de 2017

bela.

bela que não se olha nos olhos
bela que sorrir sem mostrar dentes
bela que brinca e não chora
bela que fica esperando a dona na porta
bela que não lembra de tempo
bela que as vezes só dorme e acorda.

domingo, 30 de abril de 2017

o único beijo de j.

nós éramos adolescentes, livres, leves e loucos. gente com poucas responsabilidades, mas cheios de vontades, desejos, curiosidades...

eu cabaço em pessoa, nunca tinha nem sentido a mão de uma garota, mas minhas mãos trabalhavam, enquanto eu pensava nelas de todas as formas e jeitos. andando de vestido voando, as pernas de fora, e eu do lado de fora querendo ver uma ponta de calcinha, e por aí vai.

nessa coisa toda, apareceu j., uma negra baixinha e gostosa, linda, e que tinha beijado um garoto da rua. ela gostava dele, sempre falava como ele era especial. ela estava apaixonada e sabia disso.

aquela noite foi meio louca. depois da janta eu fui pra rua procurar j., e ela estava lá, no mesmo lugar de sempre, ao lado da sua casa, no fiteiro. e na frente da sua casa tinha um poste, que entregava tudo. cheguei de banho tomado e tudo. passei um perfume que meu pai usava.

nossa conversa foi quase como a de sempre, ela falava sobre ele, e eu só escutava, e olhava para ela com carinho e pena. no meio da conversa a gente se beijou, senti a língua quente e molhada tocando a minha boca, fiquei de boca aberta querendo mais.

não tive coragem de dizer algumas coisas, fazer uns elogios mentirosos e trepar com j., e deixar ela pensar que estava tirando minha virgindade. mas já era tarde pra nós. eu não era mais virgem, mas meu primeiro beijo de boca foi com j., e eu nunca vou esquecer.

sexta-feira, 14 de abril de 2017

teus olhos.

olhos tristes, pretos e vivos.
olhos de amor, de paixão...
cheios de coisas que ninguém sabe, só você.
olhos que enxergam beleza onde ninguém ver.
olhos que não escondem nada
inclusive verdades sobre você.

dedicado a alguém,
que eu não posso dizer.

chuva.

Começou a chover, uma chuva pequena, tímida, mas não deixa de ser boa. A chuva sempre é boa.
E que seja lavada a tristeza toda, e desça pelos ralos da vida.

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Fígado.

Minha mãe faz fígado toda semana, por duas vezes. Uma em forma de bife, n'outra em pedacinhos.
Gostosos os dois, com arroz, salada, e uns molhos com limão, azeite e etc.

sons.

estou ouvindo sinos... pianos? sei lá o que é isso. mas eu sei que é bom. essa coisa toda me deixa meio confuso, mais do que já sou. não entendo nada. mas tudo isso vai pra dentro.

domingo, 2 de abril de 2017

no teatro.

Estava todo mundo lá, o teatro não estava nem cheio, nem vazio, e tudo cheirava bem, até os banheiros.
Me sentia triste, é costume, e fiquei sentado sozinho. Lado esquerdo o corredor para passagem, lado direito uma cadeira comigo, e tantas outras também. Usava a melhor roupa que eu tinha, camisa polo, calça jeans um sapato marrom claro, com meias por dentro que combinavam. Eu me sentia um idiota.
 
O artista entrou.
 
Na frente tinha um casal cochichava alguma coisa, acho que o cara só queria comer a menina, e deve ter gasto uma certa quantia pra isso. Tem gente que se resume a isso, fazer por onde ter sexo. Atrás duas mulheres, pela voz meia idade, um pouco mais, elas falavam entre uma música e outra - oh! essa é boa.
 
E lá estava eu sem entender nada, mas prestando atenção, e o cantor de repente parou.
 
Alguma coisa na performance era interessante, e eu só queria sair dali pra mijar e acender um cigarro com uma cerveja na mão.

sábado, 1 de abril de 2017

meu avô antônio






meu avô antônio,

quero te ver num final de semana qualquer, falar contigo algumas coisas, na verdade, tantas coisas, mas você foi embora cedo e não me esperou, nem deveria mesmo, nem eu esperaria por mim. e essa saudade do que não tive dói demais por aqui.

as vezes fico imaginando o senhor me chamando e pedindo algo que não quero fazer, dizendo o que não quero escutar, me olhando com seus lindos olhos castanhos e cheios de moral, chamando por nosso nome...

penso em nós como bandidos e irmãos, sabe aquela coisa de água e vinho, cachaça e cerveja? nós somos diferentes, e por isso somos tanta coisa. somos tudo aquilo que a gente precisa ser um pro outro.

meu avô,  lá no fundo das coisas, no baú da vida que a gente carrega nas costas, penso em você quando posso. no encontro olho no olho, na tua camisa de botão, no teu par de óculos... e em tudo mais que eu não preciso dizer, que é tudo mais daquilo que eu quero.


do teu neto que te ama, e nem te conhece
você.

quinta-feira, 23 de março de 2017

Meu cachorro.

Meu cachorro fica lá fora, as vezes ele late muito, as vezes.
Fico pensando no que ele tá pensando.
Numa trepada duas horas depois do jantar?
Em jantar um belo bife gorduroso e cheio de sangue?
Ele deve pensar nisso, eu pelo menos pensaria nisso.

domingo, 19 de março de 2017

Biquínis

Mulheres e seus biquínis
Pequenos, grandes, vermelhos, azuis, amarelos, pretos...
Ajeitam seus biquínis, deixando tudo no lugar, para fazer umas marquinhas perfeitas.
Bucetas e peitos ali dentro, escondidos, camuflados.
Os pentelhos querem fugir, elas raspam tudo e jogam numa pia triste.
Mulheres e seus biquínis, e corpos cobertos de protetores e óleos e água salgada.

sábado, 18 de março de 2017

cerveja quente

estou bebendo um resto de cerveja, a lata em temperatura ambiente, quente. fico pensando nas pessoas, todas. preciso beber para encara-las, é preciso beber. melhor encarar uma cerveja quente, do que as pessoas.

domingo, 5 de fevereiro de 2017