sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Você veja.


E como são as coisas?
As vezes é só cerveja.
Sentadas e aparadas,
No que parece uma mesa.

Foto: na antiga sala de casa.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

quinta-feira, 10 de abril de 2014

O Rio.

Tenho saudade, muita até, que vai do meu chão que eu achava que era meu e caminhava leve sentindo até as pessoas, imagina brisa, até a praia gelada. Era tudo ali, na palma da mão e no papo certeiro, sei tudo. Quase tudo, melhor dizendo. Mas ele tem dessas coisas, fingir. Filho da puta!

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Noite.


A noite abrindo a boca
Engolindo o sol e o céu azul.
Passarinho deitando
Morcego acordando.
E um gato safado se espreguiça
Caminhando, passo macio
Subindo no telhado
E miando pra gata no cio.
Foto: Centro/JP.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Viaduto.



É viaduto, túnel incompleto. E no final dele e da tarde,  há uma luz, que a gente chama de sol.

Foto: Viaduto Dorgival Terceiro Neto, por baixo do Shopping Terceirão - Centro, João Pessoa/PB.

"Castigo"

Na minha época de colégio, tinha um castigo que era aplicado ao aluno que saía dos trilho, era escrever várias vezes a mesma frase, para aprender a lição. É o que Bart faz na abertura do seriado Os Simpsons, coisas do tipo: “Eu não vou bater nos outros alunos”; “Meu dever de casa não foi roubado por um homem de um braço só”; “Eu não vou andar de skate nos corredores”...

E eu achando que depois do ECA, do Pedagogo e etc, esse tipo de castigo não existia mais, engano meu, existe sim, pelo menos na Escola Municipal David Trindade, em Mangabeira, onde 5 alunos depois de chamarem um dos coleguinhas de viado, foram obrigados pela professora a escrever 100 vezes: “Não devo chamar meu amigo de viado, pois acho
que o viado sou eu”.

Em sua defesa, a professora solta: "Eu os chamei e lembrei que nós temos uma metodologia de castigos. Por isso, mandei que eles escrevessem 100 vezes essa frase no caderno, para fazê-los sentir como é ruim 'ser chamado de viado'". Depois ela viu que exagerou na segunda parte da frase, e pediu desculpas.

E quem merece escrever umas boas frases, é a professorinha.

Puta que pariu!

Fonte: Correio da Paraíba.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Pipoca no centro.


No inicio dos anos 90 surgiu uma propaganda do Guaraná Antártica, que era embalada pela música "Pipoca na panela", mais ou menos assim: "Pipoca na panela começa a arrebentar, pipoca com sal, que sede que dá. Pipoca e guaraná, que programa legal, só eu e você, e sem piruá! Que tal?". A música pegou feito essas coisas do Psirico, todo mundo sabia. E mesmo antes disso, a pipoca já fazia parte das matinês no cinema. Era pipoca, uma coca-cola bem geladinha e uma gatinha fofinha e safada, bom demais. Mas pipoca não se come só assistindo filminho enquanto a gente tenta roubar um beijo, ou pegar na mão. Pipoca também foi feita pra gente comer na rua, olhando gente na praça, quem sabe até (isso aí fica pra turma dos velhos) alimentar os filhos da puta dos pombos, ou até pra ficar com sede e tomar uma cerveja. É sempre boa com apenas sal e manteiga, mas invente, ponha queijo, bacon... que fica bom demais.

Foto: Praça Floriano, Centro/RJ

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Praia.


Fui criado na praia, numa praia calma, banhada por uma um mar chamado de Bessamar. E eu ia sujo de areia e calda de sorvete de limão pelo canto da boca, correr para tomar banho de mar, pegar jacaré, fazer xixi na água... E depois voltar para casa, tomar banho, almoçar e dormir. E no outro dia voltar, doido, feliz e fazendo tudo de novo.

Foto: Praia de Ipanema, em dia dia de semana.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Audiência.

Fui posto de pé perante à Justiça do Brasil, puta que pariu! E sem calça, puta que me pariu de novo. E foi pela quarta vez, puta que me pariu quatro vezes! Vou lá enfrentar um Juri, melhor dizendo, uma Juíza, é sempre é melhor lidar com mulher. E nas minhas vagas horas, entre tal litígio e o não fazer nada, espero que a dita Juíza seja bem novinha, gostosa e tenha agrado pela minha pessoa.
Desço e subo ladeira, e lá se vou eu, que sou ignorante em muita coisa, feito porta que só sabe abrir e fechar, mas mesmo assim me fiz de 'adevogado' do diabo que habita em mim, e vi que para tal, só me faltava mesmo a porra da OAB, e pelo que dizem por aí, pense numa prova difícil que só o carai, puta que pariu! Mas fui, e antes fiz uma defesa de próprio punho, meio mal feita, e paguei cem conto pra um caba assinar, e num é que ele assinou! E antes da feita pronta, pensei até em fazer igual a Ronaldo Cunha Lima, a porra toda em verso. Ele que certa vez defendeu um certo camarada chamado Pinho, filho da puta! Mas fiquei meio cabreiro da doutora Juíza não entender metade das coisa que eu ia dizer. Fiz do modo normal mermo, e não usei termo latino e hebraico nenhum, deus me livre, odeio palavra difícil. Mas para terminar, não me aguentei, e a missiva encerrou assim, em dez de galope na beira do mar:

Pra douta Juíza, encerro minha prece
Que eu tô confiante, vai me deferir
Com toda justiça, fazer eu sorrir
Em pronta caneta, na letra que expresse
Só o meu meu direito, o outro não merece
É pobre coitado, vai se lamentar
Sem saber achar, o rabo, o lugar
Nem se conformando, com o dito assombro
E como remissa, te chupo, te arrombo
Cantando galope na beira do mar.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Cinco dias em casa.


Em casa cinco dias seguidos. Foram cinco dias e quase todo tempo deitado. E levantava da cama fofa pra tomar banho, comer, cagar e tomar banho, sem obedecer ordem nenhuma, pois nunca fui disso mesmo. Hoje veio minha liberdade, minha deusa puta linda louca, tudo que eu queria! E saí no meio de coisas, e as quatro paredes eram pequenas. Tomei banho completo, de barba, cabeça com poucos cabelos, o buraco no meio do queixo e outras coisas. E fui todo cheio de cheiros, lavanda e tal, uma calça jeans meio desbotada, camisa polo de cor clara (é dia quente), te buscar em casa, pra gente tomar um ônibus que rumasse ao centro da cidade.
Sinto você, teu cheiro, o suor que gruda até nossa alma. O ônibus é quente, barulhento, lento, e tão cheio de cores e gente. As vezes penso que por conta dessas coisas, a gente nunca ouviu música dentro do ônibus, não é? Ouvir música no ônibus deve ser uma merda. Gosto de ouvir música quando estou no meio das tuas pernas, com a cabeça acima das nuvens e você solfejando prazer. 
Mas vamos comprar pipoca com queijo e passear pela cidade, esperando a noite pra tomar cerveja barata (gelada), trepar e esperar o sol nascer.

Eu e D. L.

Era noite quente, um calor danado, e mesmo com toda essa coisa, eu sentia você em tudo. A respiração, cada silaba que você soltava, até escutava o vinho seco descendo pela garganta. E teu jeito tão natural, quanto a gente nu olhando estrelas, e mesmo o céu quase sem cor, ou cheiro, a gente só fez voar e trepar.