domingo, 30 de junho de 2013

O Maraca é nosso.




Certas ironias da vida são geniais. Não gosto de futebol e moro bem perto do estádio mais amado do Brasil, e quem sabe do mundo, o velho Maracanã. Querendo eu, vou com meus pés para lá. Mas antes de morar perto, morava n'outro lugar relativamente perto também, fui três vezes. A primeira era encerramento de alguma coisa; segunda, um clássico fla x flu;  e a derradeira, um jogo do Brasil contra alguém que não lembro, mas tenho fotos que não sei onde guardei.
Cruzo com o gigante todos os dias, e o gigante não é só pelota. Vejo ônibus de turista parado na frente, e eles lá registrando o momento, pessoas caminhando ao redor achando que vão perder os quilinhos acumulados na pança, garotos e garotas que frequentam as escolinhas, e por vai... O Maraca (e aqui vai muita intimidade) não é só futebol, não são 22 meninos correndo atrás da bola que fazem o velho estádio guerreiro. Ele é mais, bem mais, e é bonito. E do lado, ainda temos o seu filhote, Maracanazinho, onde a bola passa por cima da rede, em jogos e mais jogos.
Que falem mal da porra da FIFA, das copas, da turma que rouba usando o nome dele, e desse bla bla bla todo, mas por favor, só não falem mal do velho Maraca, esse gigante que seduz nosso povo brasileiro.

Foto: Um dia desses que eu passei por lá quando desci do metrô, e que a justiça feita, não traduzem nada do que é ver o Maracanã ao vivo.

sábado, 29 de junho de 2013

As três bichinhas.


Por volta de mil novecentos e lá vai, eu namorada uma menina linda e estudiosa (hoje infelizmente é advogada). O pai era alguma coisa na UFPB, mãe professora e etc. Tomei muita cerveja com o velho pai, enquanto a mãe mimava a gente com deliciosos tira-gostos. Era muito legal a conversa dele, e quando o álcool começava a cumprir função, o velho feito exímio orador começava a recitar. Eram textos e mais textos, poesias, frases, músicas. Um dos preferidos dele era "As Flô de Puxinanã" do poeta Zé da Luz, que segue abaixo.

Foto: Hoje quando o sol quarava minha careca no caminho de casa. E por conta das três casas, lembrei das Flô de Puxinanã.


As Flô de Puxinanã
(Paródia de As "Flô de Gerematáia" de Napoleão Menezes)


Três muié ou três irmã,
três cachôrra da mulesta,
eu vi num dia de festa,
no lugar Puxinanã.

A mais véia, a mais ribusta
era mermo uma tentação!
mimosa flô do sertão
que o povo chamava Ogusta.

A segunda, a Guléimina,
tinha uns ói qui ô! mardição!
Matava quarqué critão
os oiá déssa minina.

Os ói dela paricia
duas istrêla tremendo,
se apagando e se acendendo
em noite de ventania.

A tercêra, era Maroca.
Cum um cóipo muito má feito.
Mas porém, tinha nos peito
dois cuscús de mandioca.

Dois cuscús, qui, prú capricho,
quando ela passou pru eu,
minhas venta se acendeu
cum o chêro vindo dos bicho.

Eu inté, me atrapaiava,
sem sabê das três irmã
qui ei vi im Puxinanã,
qual era a qui mi agradava.

Inscuiendo a minha cruz
prá sair desse imbaraço,
desejei, morrê nos braços,
da dona dos dois cuscús!

Zé da Luz.

Mundo careta e chato.

Não é que aqui nesse velho Brasil da putaria, a turma da Espanha morreu na mão. Depois de uma vitória e outra, os caras foram bebemorar. E regando a noite com a velha caipirinha e um par de mulheres. Desceram com a mulherada para dar uma boa trepada no hotel que estavam hospedados.
Um jogador de futebol aqui já é grande coisa, imagina lá de fora. E numa noitada de bebidas e outras coisas? Peloteiro só não dorme no meio d'um par de pernas por conta do pessoal que trabalha no hotel.
Os caras doidos para fazer uma bela espanhola foram barrados no baile. Ao chegar no hotel a turma de prontidão disse: puta não entra! Ora porra. Nem pesa o fato de serem putas ou santas, acima disso são mulheres acompanhadas de homens hospedados no hotel. Vai lá que o sujeito está num quarto para uma pessoa, que seja oferecido uma suíte porreta para duas, com hidro e tudo mais, ou para três, quatro e etc. Mas não, é melhor barrar a mulherada. E para entrar na onda dos protestos, os espanhóis jogaram sabonetes e controles. Justo, justíssimo, e ainda fizeram pouco, fosse eu teria tacado fogo no colchão, afinal colchão foi feito para trepar, para dormir uma rede basta.
Soube também que os italianos irmãos do maior comedor na ativa, Silvio Berlusconi, foram barrados aqui por essas bandas cariocas.
O engraçado é que eles negam tudo. Os assessores das delegações dizem com a boca mentirosa que eles não levaram mulheres. Como se isso fosse crime ou feio. Puta que pariu! Feio é um negão da NBA dizer que gosta de sentar num pau. Mas penso que se fosse o caso, a turma do hotel liberasse o acesso, com medinho de alguma manifestação contra a homofobia.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Busquei o que não existe, felicidade.


Você já reparou que a felicidade nunca é sincera? Às vezes penso nisso. Tenho pra mim que felicidade não existe, alias, não existe nem infelicidade. Não há essa coisa toda pregada por aí.
Outro dia vi um rapaz que cantava um samba enquanto colhia latas de cerveja no meio das latas de lixo. Cantando todo solto e alegre parecendo rir de mim, para mim, cantava colhendo as latas enquanto desfilava pelas beiradas da avenida.
Ele veio falar comigo para pedir um cigarro, e com um sorriso cativante, chegou puxando assunto. Conversei um pouco sobre coisas, vida e etc noves fora. Me falou do emprego e de outro emprego, dois filhos e uma morena que fazia a janta toda santa noite.
Foi embora como chegou, cantando e catando latas, e um cigarro no bico. E fiquei lá um bom tempo, pensando no rapaz que cantava enquanto catava minhas latas.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Floco de neve.

Tenho desejos secretos, um deles é ter nas mãos um floco de neve. Floco de neve pode ser amigo, alguém que ouve confissões e não diz palavra, só derrete. Nunca peguei um floco de neve nas mãos, mas imagino que ele fique passivamente adormecendo nas mãos e derreta triste. Floco de neve ser assim mesmo, anjo derretido na mão.
Não quero fazer bonecos com ele, não merece. É mais que isso, é coisa de calor e vento. Uma troca de ideias e coisas. Eu e o floco. Ele não merece ser derretido em forma de boneco com um nariz de cenoura esquisito e idiota. Ele é mais que isso, bem mais.
Outro dia vi crianças que brincavam com uma bola murcha. Que graça! Crianças são assim e assadas. Assadas por um futuro que eles não sabem, e assim por brincarem com uma bola murcha, sem se dar conta do que vem por aí. Crianças brincam com bola murcha e são felizes, mas lá na frente, não serão felizes nem com bolas de ouro.
Quero pegar um floco de neve nas mãos e descobrir que um dia fui criança que brincava com uma bola murcha, sentindo a pureza de que pouco é preciso para viver.

Viva São João!

Vi uma mulher comendo uma espiga de milho com manteiga. A manteiga brilhava nos seus lábios lábios, e o amarelo dos grãos envoltos nas palhas, sumiam na sua linda boca. Mulher é bonita e charmosa até comendo uma espiga de milho com manteiga.
Viva o São João!

domingo, 23 de junho de 2013

Um dia de domingo.

Comecei o dia depois do meio-dia. Acordei e ouvi o som da TV, fazia muito tempo que a TV não era ligada, achei que tinha parado de funcionar. O som baixinho era a voz de uma mulher que falava sobre o tempo. Sempre gostei de ver a previsão do tempo, mas não para saber sobre o tempo, nunca guiei meus passos por conta do tempo. Minha vida é simples e boa, nunca precisei do tempo. Mas gostava de ver as mulheres bonitas falando mentiras sobre o tempo. Tem até um noticiário que elas vão tirando a roupa, e nunca prestei atenção no tempo.
Sinto um cheiro bom que vem do banheiro, cheiro de quem toma banho, e lembro que a Bebel dormiu aqui. E quando a mulher da TV desaparece, a Bebel entra no quarto. Ainda de corpo e cabelos molhados, ela entra pingando no chão, como quem não liga pra essas coisas bobas, pois por conta do calor que faz hoje, em pouco tempo a água vai embora.
Ela senta na cama e me pergunta algo bobo, dormiu bem? Digo que nem lembro de ter dormido. Ela riu e disse que ia à cozinha fazer algum desjejum. Fiquei mais um pouco na cama, só olhei o teto e as teias das aranhas que me faziam companhia. Fui tomar banho.
Bebel era um milagre na cozinha. Fazia qualquer coisa com pouca coisa. E tudo era saboroso. Fez ovos com queijo e um café bem forte e quente. Enquanto a gente comia, ela falava coisas sobre sonhos.
Estava de bermuda, e como não era costume meu, ela perguntou onde ia. Falei que ia comprar cigarro e precisava olhar um pouco ruas vazias, pois era domingo, e dia de domingo as ruas são belamente vazias. Ela me beijo com um beijo de entendimento, sorriu e deitou nua, pronta para tirar um cochilo.
Caminhei um pouco entre ruas que eu conhecia bem, até chegar ao bar. As pessoas assistiam ao futebol sagrado, gritando loucamente. Nunca entendi bem essa coisa de gritar. Pedi uma dose de conhaque e acendi um cigarro, enquanto pensava na Bebel nua que dormia na minha cama e na 'mulher do tempo'.
Vou pra casa, não mais ficar por muito tempo fora de casa. Abro a geladeira, e entre meia cebola e uma garrafa de água pela metade, pelo a vodca, faço uma dose com suco de qualquer coisa e vou pra sala ouvir música baixinha, para não acordar Bebel.
Após alguns discos, poucos até, e vou ao quarto. Vejo-a emaranhada e linda, e ela dorme. Passo um bom tempo olhando e imaginando seus sonhos, o significado de cada mexida, das pernas dobradas, do seu rosto de demônio sonhador. Ela se vira pra mim, e mesmo com os olhos fechados, parece me olhar, um olhar quente e doce. E seu corpo nu falando comigo.
Deito ao lado da Bebel e fecho os olhos. Sentindo seu cheiro e ainda imaginando sonhos. Ela acorda e vira pra mim, começa a me acariciar. Permaneço com os olhos fechados. E lembrando da 'mulher do tempo', dou uma bela trepada com a Bebel, pra depois, beber, dormir e sonhar.

sábado, 22 de junho de 2013

Vendo livros, mas só sei dirigir.

Uma pessoa que trabalha vendendo livros e ler muito pouco, é quase igual a alguém que vende carro e não sabe dirigir.
Mas hoje em dia, foda-se, já que vamos aos supermercados que vendem de tudo, inclusive livros. E chegamos lá com receita pronta, levamos o ingrediente e fazemos sopa de letrinhas em casa.

Quebrar é preciso, não?


Fico imaginando se não tivesse vandalismo, fogueiras, brigas... nos protestos dessa semana. Todo mundo vestido de branco cantando aquela música chata do Vandré com uma flor na mão. Será que a turma ia reduzir o preço das passagens? Será que Dilma ia reunir os seus e depois chegar na Tv dizendo "brasileiros e brasileiras"? Quando ouvi, pensei que era o Sarney. Mas pra isso falta pouco, é só parar de raspar que o bigodão aparece.
Saber o que deve ser feito, eles sabem, mas é sonho querer que façam na boa, se assim fosse, não precisaria de passeatas, protestos e etc. E não é com camisa branca ou mostrando peito caído e suvaco peludo que haverá uma mudança significativa, muito menos do dia pra noite.

Foto: Por minha irmã, Ruth. Quando estava indo ao trabalho pela Av. Pres. Vargas.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Arnaldo Jabor, o cagão.


Já disse um velho deitado: o que dinheiro e uma surra não fizer, é porque você deu pouco. E aqui no botequim da perdição, eu e mais uma pequena alcateia imaginamos que foi o que acometeu o velho Jabor, por conta da frouxura ao suplicar perdão por ter dito que a manifestação é por vinte cents e blá.
Existe um grupo chamado Movimento Passe Livre (MPL) que organizou o inicio de tudo. Eles lutam para que o transporte urbano saia da mão dos empresários, seja zero oitocentos para estudantes (que hoje "pagam" meia), e trabalhadores também, que desembolsam 6% do salário. A "coisa" ganhou força, e a onda de protestos e etc realmente não é só pelos vinte centavos, mas no início não foi?
Aí o cagão do Jabor pede desculpas, certamente ouvindo conselhos de alguém: deixa disso velho, tu tá na Globo e vai falar esse blá? Pede desculpas, não é só por conta dos vintinhos, e a turma não faz baderna, é minoria (engraçado que o noticiário passa vinte minutos de desgraça, mas antes, gasta 10 segundos pra dizer que a manifestação seguiu pacífica e só uma minoria fez merda).
Querido "Jaba", volte a fazer filmes sobre as coisas que o finado Nelson Rodrigues deixou de regalo, com certeza é bem melhor que ser um frouxo cagado.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Pipoca nem fede, nem cheira


Dizem alguns maluquetes que essa coisa de comer pipoca no escurinho do cinema surgiu por conta de uma mensagem subliminar exibida nos filmes de antigamente. Um sujeito descobriu que nosso querido cérebro poderia ser estimulado inconscientemente, e começou a jogar no meio da exibição dos filmes um frame com a imagem do milho estourado e um copo de guaraná. Bum! E isso impulsionado por propagandas e mais propagandas fez nascer famosa dupla "pipoca e guaraná, que programa legal, só eu e você, e sem piruá".
E hoje a danada da pipoca é vendida no meio da rua. Doce, salgada, com sazón, bacon, queijo, manteiga (muita!)...
Lembro de um bar que servia baldes de pipoca salgada à freguesada, e a turma comia loucamente, e por conta do sal consumia muito chopp. Parecia aquela coisa gay de filme americano, onde um sujeito idiota fica no balcão tomando umas e comendo castanha (nem sei se aquela porra é castanha).

Foto: No dia que a galera uivava coisas e coisas, falando do finado Itagiba Brizolão.

sábado, 8 de junho de 2013

A desgraça dos outros é um gozo


Como se não bastasse tanta foto com frases de auto-ajuda que carregam esse velho e fadado ao fracasso Facebook, a turma também gosta da desgraça.
Postam a foto de uma criança fodida e dizem: "é fulana e blá... quantas curtidas ela merece?" Ora porra, nenhuma! Quem diabos nesse mundo de meu deus curti o outro na lama? Só os punheteiros da desgraça, que gozam ao ver que existe alguém pior que eles, e com isso justificam sua vida carregada de merda.

Foto: Um hidrante; calçada de pedrinhas; uma beirada de jardim onde a bela mãe e filhote, numa manhã sem nuvens no céu e com um sol que não esquenta tanto (sei lá, uns vinte graus), se banham de raios; um jardim novinho em folha; ao fundo o prédio novo da nossa queria Petrobras, salve, salve e aleluia!; e no busa, eu, cheio de sono indo trabalhar rodeado de gente doida.

Gentileza


O ano era meia um, e do outro lado da ponte em terras araribóias, um sujeito chamado Danilo Stevanovich vindo lá da terra daquele tio montou "o maior e mais completo circo da América Latina", o Gran Circus Norte-Americano, que estreou em Niterói no dia 15 de dezembro de 1961.

Em dia quinze de dezembro o circo estava lotadaço, e o dono precavendo alguma merda mandou suspender a venda dos ingressos. Um filho da puta chamado Dequinha tentou entrar sem pagar, tendo sido pego por um funcionário do circo, ficou putinho. No outro dia ficou rondando o local e provocando todos, e daí surgiu a ideia de incendiar o circo. Eram três mil pessoas, mais de quinhentas morreram, e nem precisa falar que boa parte eram crianças.

Alguns dias depois, acordava Marcio José Andrade da Silva, que tendo ouvido vozes que mandaram ele largar tudo material e se dedicar ao espiritual, foi parar no local do incêndio. Lá ele plantou um jardim sobre as cinzas e fez sua morada. Consolou e confortou os familiares das vítimas, e depois disso, ficou conhecido como José Agradecido, o nosso Profeta Gentileza.

Hoje seus escritos perambulam pelos viadutos cariocas. E na camisa de muito filho da puta, sua frase mais conhecida: Gentileza Gera Gentileza.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Foderam com a Clarisse, agora é a vez do Velho Safado



A turma das montagens com fotos surpreende mais uma vez. Não gosto de auto-ajuda, dessa bobajada que paira entre livros, músicas, filmes e fotos de gente fodida com frases de piedade. Sinto uma sincera ojeriza dos que criam essas montagens toscas.

Passando a febre dos coitados Caio & Clarisse (passou?), agora é a vez do Bukowski, o Velho Safado, que em vida além de entregar cartas, foi escritor.

Mesmo atribuindo corretamente a autoria da frase, a turma não consegue fazer direito, pois mesmo tendo certo sentido foto-frase, pescaram só uma parte do texto. O que não é nada, já que fizeram tantas e tantas montagens atribuindo errando a autoria da frase, dentre outras coisas.

Imagino os três sentados numa mesa e rindo. Mas ao menos o velho pode se gabar das frases serem realmente suas, como a delicada e linda que segue na foto, retirada do livro "O Capitão Saiu Para o Almoço e os Marinheiros Tomaram Conta do Navio".
Segue abaixo mais um pouco do texto.

“Não reverenciam suas próprias vidas, mijam em suas vidas. As pessoas as cagam. Idiotas fodidos.
Concentram-se demais em foder, cinema, dinheiro, família, foder. Suas mentes estão cheias de algodão. Engolem Deus sem pensar, engolem o país sem pensar. Esquecem logo como pensar, deixam que os outros pensem por elas. Seus cérebros estão entupidos de algodão. São feios, falam feio, caminham feio. Toque para elas a maior música de todos os tempos e elas não conseguem ouvir.
A maioria das mortes das pessoas é uma empulhação. Não sobra nada para morrer.”

segunda-feira, 3 de junho de 2013

O troco, o vilão.



O problema maior não é o aumento da passagem de ônibus, mas o troco. Em sábado que foi anteontem, a turma andou protestando contra a tal que subiu de R$ 2,75 para R$ 2,95. Eles deveriam protestar contra o preço quebrado, não o aumento. O aparente singelo aumento de 20 centavos, é só mais um cotoquinho no nosso rabo. Como diria um velho deitado: "o que é um peido para quem tá cagado?". Mas aí certo dia um sujeito que administrava uma empresa resolveu tirar uma azeitona do vidro, com isso a empresa lucrou tantas notas. Vai que fazem isso com a passagem de ônibus e aumentam para R$ 3,00?

Quem compra coisas que custam miúdos sabe da dificuldade do velho troco, quando você não perde os centavos, ganha balinhas. Foda! E aqui o réu confesso, filho da puta que dava balinhas em lugar de moedas, quando na época que tinha uma locadora de DVD e lá vendia cartão telefônico, sei bem o que é isso.

Mas voltando ao ônibus. Em horários chamados de "pico" (aqui vale um abre, deveriam chamar 'horários de pica'), a maioria usa cartão, por conta disso não há tanto problema com troco. Mas hoje peguei um no meio da tarde e vi o motorista-trocador sofrer demais com o troco, o coitado dava um jeito sofrido, como se não bastasse a dupla função.

Mas achei algo muito legal. Numa deliciosa segunda-feira de chuva o pessoal não fez muita questão dos cinco centavos. E o "piloto" bem feliz e para nossa alegria, parava até onde não tinha ponto, no que os passageiros desciam agradecendo. Oh glória!

Light My Fire



No ouvido: Light My Fire na voz da belíssima Patricia Barber, disco Modern Cool, uma das preferidas. E minhas escusas ao JM, mas a menina banha o The Doors de doçura e outras coisas. E a Jacintha? Fale disso não mancebo de pouca fé, o pecado é grande. Essa coisa bem lenta, como quem retarda certo prazer que a gente chama de gozada, é muito melhor.
Hoje chove e não existe isso de dormir ouvindo barulho da chuva e bicho, deixemos de matutice. O negócio é dormir ouvindo um belo ar condicionado e cheirando uma cria de nossa costela, que exala os mais puros 150 tons de putaria do belo cangote.

domingo, 2 de junho de 2013

Shampoo é shampoo



Ao tomar banho, mesmo não tendo cabelo, uso shampoo. É meio estranho isso, mas gosto do cheiro de shampoo, me faz bem. Tenho certeza que sentando numa cadeira de psico-alguma coisa, ele diria que sofro de algum blá.
Acabei lendo algumas coisas postas no rótulo, e entre cabelos lisos, evitar queda... o tal bendito não tinha sal, e prometia um cabelo sem sal. Aí não aguentei, parei, tive medo de continuar e descobrir que meu cheiroso shampoozinho me serve até para levantar o pau. Alias, ele levanta, mas aí tem que ser posto nos cabelos de uma bela loira. Lembrei do velho colorama, do tempo que shampoo só servia para lavar cabelo e pronto.
Mas hoje em dia a coisa é meio louca, inventam de tudo pra vender. Aquela velha expressão que a gente usava: olha só, isso aqui só falta falar, foi pro saco há tempos. Hoje tudo que é eletrônico fala, ouve e ainda dar conselhos; desodorante que dura uma semana e enche sabiamente uma arca com belas gostosas; carro que fala, ver, ouve, e se enche de gostosas; cosméticos e mais cosméticos, ou coisa parecida, seja lá o que isso for, que trazem o macho encantado...
E a gente feito tonto consumidor de tanta coisa inútil, não é hora de voltar a usar o velho e bom colorama da vida?

sábado, 1 de junho de 2013

Homem de pouca fé, Seu Tomé.

Nas madrugadas insones, livros, músicas e programas de tevê, menos chocolate. Aí também é demais. Vejo o tal bispo, pastor, ou sei lá o que ele era. Mas o cara falava comigo, e eu de oiças atentas, segui o protocolo. Na falta de um copo com água, foi o com gim e tônica. Pensando bem, acho que vinho cairia melhor. Pedido feito, e num gole só, entrou o líquido do meado copo. A súplica foi para eu ganhar uns milhões na mega sena de hoje, que por sinal nem joguei. E como ando pior que o coitado do Seu Tomé, nem vendo eu acredito.