sábado, 29 de junho de 2013

As três bichinhas.


Por volta de mil novecentos e lá vai, eu namorada uma menina linda e estudiosa (hoje infelizmente é advogada). O pai era alguma coisa na UFPB, mãe professora e etc. Tomei muita cerveja com o velho pai, enquanto a mãe mimava a gente com deliciosos tira-gostos. Era muito legal a conversa dele, e quando o álcool começava a cumprir função, o velho feito exímio orador começava a recitar. Eram textos e mais textos, poesias, frases, músicas. Um dos preferidos dele era "As Flô de Puxinanã" do poeta Zé da Luz, que segue abaixo.

Foto: Hoje quando o sol quarava minha careca no caminho de casa. E por conta das três casas, lembrei das Flô de Puxinanã.


As Flô de Puxinanã
(Paródia de As "Flô de Gerematáia" de Napoleão Menezes)


Três muié ou três irmã,
três cachôrra da mulesta,
eu vi num dia de festa,
no lugar Puxinanã.

A mais véia, a mais ribusta
era mermo uma tentação!
mimosa flô do sertão
que o povo chamava Ogusta.

A segunda, a Guléimina,
tinha uns ói qui ô! mardição!
Matava quarqué critão
os oiá déssa minina.

Os ói dela paricia
duas istrêla tremendo,
se apagando e se acendendo
em noite de ventania.

A tercêra, era Maroca.
Cum um cóipo muito má feito.
Mas porém, tinha nos peito
dois cuscús de mandioca.

Dois cuscús, qui, prú capricho,
quando ela passou pru eu,
minhas venta se acendeu
cum o chêro vindo dos bicho.

Eu inté, me atrapaiava,
sem sabê das três irmã
qui ei vi im Puxinanã,
qual era a qui mi agradava.

Inscuiendo a minha cruz
prá sair desse imbaraço,
desejei, morrê nos braços,
da dona dos dois cuscús!

Zé da Luz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário