domingo, 24 de maio de 2020

os dias não têm cara, e pouco coração.

o despertador não toca tem tempo, acordei sem ele, e isso tem sido há mais de sessenta dias, o foda é que ainda não me aconstumei.

o dia acordou triste e chovia um pouco, fui a cozinha fiz um café bem forte, a chuva aumentou e eu conversava com minha mãe. ela comentou algo interessante, os dias estão sem cara, mas domingo é diferente. concordo com ela. domingo é um dia diferente mesmo.

o sofá estava me convidando a assistir um filme, que já esqueci o nome, e apesar do esquecimento, gostei. um cara sofre um acidente e fica tetraplergico, a família contrata uma menina pra "cuidar" dele por seis meses, e depois ele se mata. o filme é interessante.

fui pra rua querendo mudar meu humor, andei e andei mas morri na praia do bessa, mas antes passei por tambaú e manaíra, e tudo anda triste e vazio. penso que os dias nunca mais serão os mesmos. e nunca foram, nunca serão. todo dia tem um pouco de novidade, e as vezes a gente não sabe lidar com isso, ou quase sempre.

eu continuo aqui, livre, leve e louco, esperando a pandemia passar, que o mundo mude, e nem precisa ser para melhor, mas que seja pelo menos para menos ruim.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

barba, cabelo e bigode.

hoje foi dia de fazer uma faxina na alma, e minha mãe cortou meus cabelos. aproveitando a deixa, fiz a barba.

tudo limpo e etc, tomei um banho, passei na cara uma loção pós barba que eu comprei pro meu avô, ele já foi tem mais de ano, e eu ainda uso a mesma loção. ela cheira a saudade.

ponho uma música na vitrola da saudade e lembro do meu pai entrando em casa cheio de dívidas, e com um coração que cabia o mundo, minha mãe cheia de manias, da minhã irmã correndo no mei da rua com os cabelos galeguinhos arrupiados, meu irmão ouvindo rock no seu escort verde, lembro de tanta coisa...

e lá vou eu caminhando nessa estrada da vida, acostumado com um passado quase legal, um presente que deixa a desejar, e um futuro que vou engolindo todo dia.