sábado, 1 de abril de 2017

meu avô antônio






meu avô antônio,

quero te ver num final de semana qualquer, falar contigo algumas coisas, na verdade, tantas coisas, mas você foi embora cedo e não me esperou, nem deveria mesmo, nem eu esperaria por mim. e essa saudade do que não tive dói demais por aqui.

as vezes fico imaginando o senhor me chamando e pedindo algo que não quero fazer, dizendo o que não quero escutar, me olhando com seus lindos olhos castanhos e cheios de moral, chamando por nosso nome...

penso em nós como bandidos e irmãos, sabe aquela coisa de água e vinho, cachaça e cerveja? nós somos diferentes, e por isso somos tanta coisa. somos tudo aquilo que a gente precisa ser um pro outro.

meu avô,  lá no fundo das coisas, no baú da vida que a gente carrega nas costas, penso em você quando posso. no encontro olho no olho, na tua camisa de botão, no teu par de óculos... e em tudo mais que eu não preciso dizer, que é tudo mais daquilo que eu quero.


do teu neto que te ama, e nem te conhece
você.

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