terça-feira, 2 de julho de 2013

Às crianças na praia.



Gosto de entrar dentro do Mar com roupa e tudo, e quando estou fora fico brincando na areia e esperando onda. É um barato se melar na areia com água de sal. Coisas do Mar, ou de amar? Porra nenhuma de amar. A calma mentirosa que vem do Mar não vem de lugar nenhum, e onda não me apavora. Gosto do Mar do jeito dele, alegre e violento, que salta por cima de mim e me suja toda. Fico meio de lama, em lama, e gosto da lama. E lá vou de novo entrar no Mar, esse moço que tanto devoro e ele não me decifra. Velho Mar que não sabe quase nada mim, só o que digo, e sei algumas coisas do Mar, mas não deixo ele saber muito de mim, apenas pouco de mim, quase nada de mim, Mar, só o necessário para você existir.

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