segunda-feira, 15 de julho de 2013

O cheiro de uma mulher.

Dia de cão, de trabalho e trabalho, e para piorar, um curso/palestra pós almoço. Mas nem tudo está perdido, no intervalo do café amargo e sagrado, encontro Paula. Um abraço apertado, daquele que os corpos quase que formam um só, e com direito à velha e boa fungada no cangote, digo que senti saudade do cheiro da pequena. Comento sobre o cheiro, ela diz que mudou de perfume, mas não falei de perfume, e sim do cheiro da Paula. Ela sorrio e comentou sobre o ar condicionado não funcionar bem na sala. No que me veio à mente uma frase, que não lembro se é do Tio Nelson, mais ou menos assim: "a melhor hora para cheirar uma mulher é por volta das quatro da tarde, o perfume que ela usou pela manhã começa a dar lugar ao suor do dia de labuta, ficando aquela mistura gostosa."

Me sinto obrigado a discordar. Por razões óbvias, que vão da teoria à prática, que vale dizer não é de hoje. A melhor hora para cheirar uma mulher é pela manhã, de preferência ainda na cama, antes dela ter qualquer contato maior com o mundo, com a casa. O cheiro entre lençóis e fronhas, no quarto escuro, com uma cara de preguiça e um bico de dengo pedindo um carinho, não há narina que resista e mão que não toque. É algo tão puro e gostoso como um copo de café. Me arrisco a dizer que uma das coisas mais lindas da natureza é uma mulher quando acorda. Até mesmo quando com raiva.

E se na noite anterior aconteceu brincadeiras de amor e suor, e ela sabiamente apenas passou água entre as pernas antes de dormir, muito melhor. O cheiro do suor resvalando e incensando o quarto, o cabelo lindamente assanhado, os olhos cheios de tesão e a cabeça lembrando do banho de gato. Ela rir um riso safado e se deixa levar. Vai abrindo espaço, e ainda sonhando, aos poucos desperta, fogosa, safada... Se entregando ao jogo, do jeito que o homem gosta. E aí amigo velho, acontece uma boa trepada, depois um banho, e se bobear, você ainda ganha café na cama.

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