segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Duzentos gramas de salame e dois pães.

Fazia tanto tempo que não ia à padaria, o que quase me fez esquecer do cheiro do pão quente, aquele pão de derreter manteiga. Apesar dos primeiros dias do horário de verão me deixarem meio sem noção do tempo (me oriento pelo sol, o que é até fácil - crepúsculo matutino - meio-dia - crepúsculo vespertino, fui a padaria comprar o pão ao fim de mais um dia, mas ainda era muito claro para ser fim do dia. E na fila do pão quente conheci a menina J, com seus cabelos curtos e um par de óculos, que estava meio agoniada entre pedir duzentos gramas de salame e dois pães; um smartphone que insistia em tocar e um atendente que tinha caído do berço.
Sorri leve e silencioso, e pelo vidro que estava acima da cesta de pão, ela flagrou, olhando minha cara estampada. Com certa raiva acima das costeletas, perguntou se eu achava sua agonia engraçada. Respondi que não, mas que sempre sorria pra tudo aquilo que não entendia.

2 comentários:

  1. Quer dizer, então, que o senhor tem um blog e nem me avisa?
    Como vão as coisas?
    Abraços!

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  2. Opa Azarão. Tudo caminhando, e por aí? Pois é, ando por esses espaços virtuais há um tempo, e sempre tive algum lugar pra sentar e escrever alguma coisa.
    Abraços.

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