segunda-feira, 6 de maio de 2019

é neguinho, e hoje ele veio de uber.

domingo é um dia bom, abençoado por deus, e quase sempre bonito. para muitos o dia de ir a igreja, para outros tantos, comer, beber e sorrir. e lá vamos nós, quando não fazemos um churrasco em casa, catamos no whatsapp alguém disponível. e ontem foi gabriel de carleuza: novo, vem pra cá, tô na casa de mamãe com thiago e keko. e lá fui eu.

cheguei quase fim de tarde, beijos e abraços, rafael dormia solenemente numa rede, e caiga jazia na cama, de pernas pro ar, todo enrolado feito um embuá. carleuza estava na rua, na casa de uma amiga, e camila, esposa de gabriel, assistindo uma aula, ou coisa parecida.

cerveja vai e vem, feito um saco de fandangos no meio do terraço, de repente chega camila (esposa de gabriel), entra ligeiro, e vai logo falando: gabriel, ajeita as coisas pra gente ir embora... gabriel pula da rede, quase derrubando rafael, e acompanha sua companheira pra dentro de casa. volta, e feito o anjo de bigode anuncia, o que a gente já sabia: camila tá com raiva.

a origem da raiva, até então ninguém sabia, e o quarteto se olhando, tenta imaginar. conclusão: fome! keko e thiago tinham comido um saco de fandangos, que tanto queria camila, que camila queria tanto. gabriel argumenta infalivelmente: peraí que mamãe ta chegando, ela vai fazer a janta. e ela espera com a paciência de jó, e uma fome de leão. bebeu um copo d'água e foi cuidar do menino.

deu vontade de pitar, e abri o portão, vindo o trio em meu encalço. o sol indo embora, e thiago comenta: o por-do-sol aqui no 13 de maio é bonito demais, olhem aquela nuvem, bem retinha, nisso chega carleuza, estaciona o carro e vai logo dizendo: vou ajeitar uma janta pra vocês. dez mintos começa o cheiro, em trinta, macarronada! o cheiro sendo embalado pelo barulho dos talheres acorda caiga, que sai do quarto tateando as paredes, chega na sala e diz: oxe, vocês estão aqui? e abre um sorriso que mais parece um abraço.

todo mundo comeu bem, camila fez até o suco, e já mostrava os dentes da felicidade e fome saciada. conversa vai e vem, a gente espera keko terminar o prato, pense num caba que come devagar. volto eu pra rua, abro o portão, e os cachorros não param de latir. acendo um cigarro e quando olho em volta, tá todo mundo comigo, menos caiga, que foi jantar.

a conversa rolava e o riso era fácil. de repente aparece na rua, neguinho, que nem é tão nego assim. chega logo pedindo um cigarro, dei dois. depois de meia hora ele consegue acender com a ajuda de carleuza, olha pra mim, vira pra carleuza e pergunta: é isnaldo? lá de dentro caiga ouve o burburinho, e depois de jantar, vai se chegando ainda com cara de sono.

neguinho conta que parou de beber, só tinha tomado duas. e seu corpo não ficava quieto, balançando pra lá e pra cá. thiago logo começa a chamar neguinho de sismógrafo.

as badaladas do tempo já anunciavam a hora de ir embora, e neguinho se ofereceu pra ir com a gente. caiga disse pra ele descer a rita miranda sendo aparado pelos muros, o que foi logo negado por thiago: não, eu deixo neguinho. e lá fomos nós, eu, keko e thiago, deixar neguinho em casa.

ladeira abaixo, chegamos na escadaria, neguinho disse pra entrar na outra rua, mas nem que thiago quisesse entrar escadaria abaixo, dava. ninguém desceria aquela escadaria de carro, salvo fosse tio alfredo.

chegamos na rua de neguinho, em um ponto que não passava mais carro, thiago parou e disse: pronto neguinho, chegamos, não posso passar daqui. abriu as portas e neguinho começou a tentar sair do carro. e a rua estava animada, o pessoal nas calçadas curtindo o resto de noite dominical, quando lá da frente alguém grita: quem é que tá aí no carro? é neguinho? é neguinho? e thiago responde: é neguinho, e hoje ele veio de uber.

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